Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.
Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá.
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.
domingo, 30 de junho de 2013
sábado, 29 de junho de 2013
Jobrane
Muitas vezes encontramos pelo caminho aqueles que não nos aceitam como somos e por isso nos condenam, sem nos dar o direito de defesa. Mas isso não deve ser empecilho ou desmotivação para que não possamos seguir em frente. Estamos no período da gestação das virtudes e, logo mais, as nossas ações não mais serão distorcidas no espelho da realidade. Cada um tem a sua própria maneira de ser e de agir, vivendo daquilo que acredita ser o melhor para si.
O importante não é que os outros gostem da gente e sim que gostemos de nós mesmos, pois dependemos somente dos nossos esforços para lograrmos os êxitos evolutivos. A felicidade, para germinar, deve estar plantada dentro do coração. O mundo é uma verdadeira batalha de egos. São muitos querendo as mesmas coisas, mas sem que todos tenham o suficiente. Os desafetos nós não temos como evitar e os piores são aqueles que procuram disfarçar, mas não conseguem.
Não agradamos a todos, a começar pelos nossos familiares. A humanidade se compara a um baile de máscaras, onde cada qual tenta esconder os seus instintos primários, enquanto a melodia da vida não se encerra. A competição faz tombar um aqui e outro acolá, uns para não mais se reerguerem. Outros conseguem seguir em frente, mas aqueles que estão no topo também não têm a estabilidade garantida. Ora uns estão embaixo, ora outros estão acima, sendo que aqueles que estão embaixo farão de tudo para que os que estão acima caiam, de modo a assumirem os lugares por eles deixados. As cadeiras são as mesmas, em tempo, só é preciso mudar o estofado.
E nesta competição encontramos também aqueles que não gostam - mas juram gostar - do modo como agimos. Destarte, o importante é que nos amemos como somos e não esperemos agradar a todos, o que jamais acontecerá.
O importante não é que os outros gostem da gente e sim que gostemos de nós mesmos, pois dependemos somente dos nossos esforços para lograrmos os êxitos evolutivos. A felicidade, para germinar, deve estar plantada dentro do coração. O mundo é uma verdadeira batalha de egos. São muitos querendo as mesmas coisas, mas sem que todos tenham o suficiente. Os desafetos nós não temos como evitar e os piores são aqueles que procuram disfarçar, mas não conseguem.
Não agradamos a todos, a começar pelos nossos familiares. A humanidade se compara a um baile de máscaras, onde cada qual tenta esconder os seus instintos primários, enquanto a melodia da vida não se encerra. A competição faz tombar um aqui e outro acolá, uns para não mais se reerguerem. Outros conseguem seguir em frente, mas aqueles que estão no topo também não têm a estabilidade garantida. Ora uns estão embaixo, ora outros estão acima, sendo que aqueles que estão embaixo farão de tudo para que os que estão acima caiam, de modo a assumirem os lugares por eles deixados. As cadeiras são as mesmas, em tempo, só é preciso mudar o estofado.
E nesta competição encontramos também aqueles que não gostam - mas juram gostar - do modo como agimos. Destarte, o importante é que nos amemos como somos e não esperemos agradar a todos, o que jamais acontecerá.
sexta-feira, 28 de junho de 2013
Pablo Neruda
Para mi corazón basta tu pecho,
para tu libertad bastan mis alas.
Desde mi boca llegará hasta el cielo
lo que estaba dormido sobre tu alma.
para tu libertad bastan mis alas.
Desde mi boca llegará hasta el cielo
lo que estaba dormido sobre tu alma.
quinta-feira, 27 de junho de 2013
José Saramago
Arranca metade do meu corpo, do meu coração, dos meus sonhos. Tira um
pedaço de mim, qualquer coisa que me desfaça. Me recria, porque eu não
suporto mais pertencer a tudo, mas não caber em lugar algum.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
Ana Jácomo
Que cada um de
nós consiga escrever uma história linda nessas próximas páginas, não faz
mal se nos atrapalhamos nas páginas já viradas, se nos faltou
inspiração e criatividade em tantos parágrafos, se escrevemos tantas
coisas que, relendo, agora, parecem não ter sentido. O bacana da vida é
essa oportunidade preciosa, reinaugurada a cada instante, de recomeçar
exatamente do lugar onde estamos. Que saibamos nos renovar para escrever
um texto, de fato, novo.
terça-feira, 25 de junho de 2013
Marla de Queiroz
Tão familiar é a fisionomia da saudade. E a lembrança da labareda alta do
desejo, indo além: ao desalcance dos olhos. O toque constante, desavisado,
parecendo uma distração. O olhar intenso, querendo ver o campo sutil das
palavras. E toda nossa existência ampliada pelo sol do amor. Tão familiar a
fisionomia da saudade, que ainda posso ver os pêlos saindo dos poros, tão junto
meu rosto do teu. Das arranhaduras da carícia bem feita que uma barba mal feita
faz. E um jeito de trazer minha cabeça pro lugar mais escurinho entre o
travesseiro e o teu pescoço. Teu cheiro todo lá, naquele abrigo antes do sono. E
no derradeiro das frases, o corpo insinuando mais que uma leitura, mais que uma
dança, mais que comunhão. Das palavras que ainda inventaremos por achar tão
divertido namoramar em dialeto
inexistente. Tão familiar a fisionomia da saudade que meus dedos vão redigindo
tua voz em meu ouvido (...) e nossos delírios poéticos nos bares de cada rua
desta cidade em que somos os amantes mais excêntricos - uma combinação perfeita
de desejo, lirismo e essa nossa ternura escandalosa.
segunda-feira, 24 de junho de 2013
Nietzsche
Eu
sou vários! Há multidões em mim. Na mesa de minha alma sentam-se
muitos, e eu sou todos eles. Há um velho, uma criança, um sábio, um
tolo. Você nunca saberá com quem está sentado ou quanto tempo
permanecerá com cada um de mim. Mas prometo que, se nos sentarmos à
mesa, nesse ritual sagrado eu lhe entregarei ao menos um dos tantos que
sou, e correrei os riscos de estarmos juntos no mesmo plano. Desde logo,
evite ilusões: também tenho um lado mau, ruim, que tento manter preso e
que quando se solta me envergonha. Não sou santo, nem exemplo,
infelizmente. Entre tantos, um dia me descubro, um dia serei eu mesmo,
definitivamente. Como já foi dito: ouse conquistar a ti mesmo.
domingo, 23 de junho de 2013
Álvaro de Campos
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
sábado, 22 de junho de 2013
Martha Medeiros
E se quem luta por um mundo melhor soubesse que toda revolução começa por revolucionar a si mesmo?
E se aqueles que vivem intoxicando sua
família e seus amigos com reclamações fechassem um pouco a boca e
abrissem suas cabeças, reconhecendo que são responsáveis por tudo o que
lhes acontece?
E se as diferenças fossem aceitas naturalmente e só nos defendêssemos contra quem nos faz mal?
E se as religiões fossem fiéis a seus
preconceitos, enaltecendo apenas o amor e a paz, sem se envolver com as
escolhas particulares de seus devotos?
E se a gente percebesse que tudo o que é
feito em nome do amor (e isso não inclui o ciúme e a posse) tem 100% de
chance de gerar boas reações e resultados positivos?
E se as pessoas fossem seguras o suficiente para tolerar opniões contrárias às suas sem precisar agredir e despejar sua raiva?
E se fôssemos mais divertidos para nos vestir e mobilar nossa casa, e menos reféns do convencionalismo?
E se não tivéssemos tanto medo da solidão e não fizéssemos tanta besteira para evitá-la?
E se todos lessem bons livros?
E se as pessoas soubessem que quase
sempre vale mais a pena gastar dinheiro com coisas que não vão para
dentro dos armários, como viagens, filmes, e festa para celebrar a vida?
E se valorizássemos o cachorro-quente tanto quanto o caviar?
E se mudássemos o foco e concluíssemos que infelicidade não existe, o que existe são apenas momentos infelizes?
E se percebêssemos a diferença entre ter uma vida sensacional e uma vida sensacionalista?
E se acreditássemos que uma pessoa é
sempre mais valiosa que uma instituição: é a instituição que deve servir
a ela, e não ao contrário?
E se quem não tem bom humor reconhecesse sua falta e fizesse dessa busca a mais importante da sua vida?
E se as pessoas não se manifestassem agressivamente contra tudo só para tentar provar que são inteligentes?
E se em vez de lutar para não envelhecer, lutássemos para não emburrecer?
E se...
E se...
sexta-feira, 21 de junho de 2013
Juan Luis Lorda
Não se deve obrigar ninguém a
agir de modo contrário à sua consciência. Mas isso não quer dizer que
todas as decisões tomadas em consciência sejam corretas, ou que todas as
opiniões tenham o mesmo valor. Quem
ama a verdade, procura formar a consciência: conhecer os princípios
morais, pedir conselho a pessoas retas e com experiência; não considerar
humilhante que nos corrijam. De fato, os outros observam-nos de fora e
com mais objetividade do que nós mesmos. Também é preciso tirar
experiência dos próprios atos, examinar-nos com freqüência (diariamente)
e corrigir os erros. É preciso ser humildes para reconhecer os erros e
retificar. Mesmo com muito boa vontade, todos podemos errar, por falta
de conhecimentos, ou por não querermos equacionar bem as coisas. Deve
respeitar-se a liberdade das consciências, isto é respeitar o processo
pelo qual cada um chega a ver o que deve fazer.
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Mônica de Castro
Coisas
que nos fazem bem e não custam nada: amor, paciência, compreensão,
solidariedade, respeito, alegria... O preço de tudo isso é zero, mas o
resultado não pode ser calculado, porque o bem-estar e a felicidade
estão acima de qualquer tipo de mensuração humana.
O desânimo, a
irritação, a raiva, a tristeza, o ciúme, o egoísmo e o orgulho, por
outro lado, custam muito caro à saúde do corpo e da alma. Do enorme
consumo de energia, resulta que eles corrompem o pensamento, envenenam o
coração e maculam a aura, tornando-a negra e sombria.
Pode ser
que, em alguns momentos, coisas ruins dominem nossas vibrações, mas isso
há de ser passageiro. O que deve permanecer no nosso campo energético
são pensamentos e sentimentos de alta positividade. Afinal, todo mundo
tem seus momentos negros ou difíceis, até os espíritos mais iluminados.
Eles também podem sentir coisas ruins de vez em quando. A diferença é
como lidam com elas. Ao invés de entrarem na negatividade, evocam sua
luz íntima e, através da oração e da sabedoria, logo fazem com que se
dissipem. Nós também podemos proceder do mesmo jeito. Tudo é uma questão
de escolha, de esforço e disciplina interior.
quarta-feira, 19 de junho de 2013
Doutrina Espírita
O egoísmo e o orgulho têm a sua fonte num sentimento natural: o instinto de conservação. Todos os instintos têm sua razão de ser e sua utilidade, porque Deus nada pode fazer de inútil. Deus não criou o mal; foi o homem que o produziu pelo abuso que fez dos dons de Deus, em virtude de seu livre arbítrio. Esse sentimento, encerrado em seus justos limites, portanto, é bom em si; é o exagero que o torna mau e pernicioso; ocorre o mesmo com todas as paixões que o homem, freqüentemente, desvia de seu objetivo providencial. De nenhum modo Deus criou o homem egoísta e orgulhoso; criou-o simples e ignorante; foi o homem que se fez egoísta e orgulhoso exagerando o instinto que Deus lhe deu para a sua conservação.
terça-feira, 18 de junho de 2013
Desconheço
Liberdade
e amor andam juntos. Amor não é reação. Se eu o amo por que você me
ama, trata-se de mero comércio, algo que pode ser comprado no mercado.
Amar é não pedir nada em troca, é nem mesmo sentir que se está
oferecendo algo. Somente um amor assim pode conhecer a liberdade. Quando
vemos uma pedra no caminho de pessoas descalças, nós a retiramos não
porque nos pedem, mas por que nos preocupamos com os outros, não importa
quem sejam. Plantar uma árvore e cuidar dela, olhar o rio e desfrutar a
plenitude da terra...para tudo isso é preciso LIBERDADE e para ser
livre é preciso AMAR.
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Rumi
Love is the miraculous force that quickens the flow
of the energy of our souls and allows us to soar to the highest state of ecstasy in our majestic journey of life. Through love, all the ills of humanity can be cured.
I was dead,
I became alive.
I was tears,
I became laughter.
The majesty of love came
And I became an everlasting majesty myself.
Even if the devil falls in love, he will win,
He will become like Gabriel and his evilness will die.
Be happy, oh our well desired love,
The healer of all our ills.
Oh, the medicine for our pride and arrogance,
Oh (love), you are our Plato and Galen.
Through love, the earthly body soared to the skies,
Mountains began to dance and became agile.
From love, bitter becomes sweet,
From love, thorns become flowers,
From love, vinegar becomes wine,
From love, fire becomes light,
From love, devil becomes angel,
From love, sorrow becomes joy,
From love, sickness becomes health,
From love, fury becomes mercy,
From love, dead becomes alive,
From love, king becomes servant.
My religion is to be alive from Love,
Being only physically alive, is a disgrace.
of the energy of our souls and allows us to soar to the highest state of ecstasy in our majestic journey of life. Through love, all the ills of humanity can be cured.
I was dead,
I became alive.
I was tears,
I became laughter.
The majesty of love came
And I became an everlasting majesty myself.
Even if the devil falls in love, he will win,
He will become like Gabriel and his evilness will die.
Be happy, oh our well desired love,
The healer of all our ills.
Oh, the medicine for our pride and arrogance,
Oh (love), you are our Plato and Galen.
Through love, the earthly body soared to the skies,
Mountains began to dance and became agile.
From love, bitter becomes sweet,
From love, thorns become flowers,
From love, vinegar becomes wine,
From love, fire becomes light,
From love, devil becomes angel,
From love, sorrow becomes joy,
From love, sickness becomes health,
From love, fury becomes mercy,
From love, dead becomes alive,
From love, king becomes servant.
My religion is to be alive from Love,
Being only physically alive, is a disgrace.
domingo, 16 de junho de 2013
sábado, 15 de junho de 2013
Hermann Hesse
Se não passássemos de
indivíduos isolados, se cada um de nós pudesse realmente ser varrido por
uma bala de fuzil, não haveria sentido algum em relatar histórias. Mas
cada homem não é apenas ele mesmo; é também um ponto único,
singularíssimo, sempre importante e peculiar, no qual os fenômenos do
mundo se cruzam daquela forma uma só vez e nunca mais. Assim, a história
de cada homem é essencial, eterna e divina, e cada homem, ao viver em
alguma parte e cumprir os ditames da Natureza, é algo maravilhoso e
digno de toda a atenção. Em cada um dos seres humanos o espírito
adquiriu forma, em cada um deles a criatura padece, em cada qual é
crucificado um Redentor.
sexta-feira, 14 de junho de 2013
Cáh Morandi
Jurava
que não prenderia teu olhar, mas ao contrário: fui presa.
Surpreendeu-me na insignificância do momento, coloriu-me numa moldura de
delicadezas, deu-me as mãos dentro da minha escuridão. Convidou-me para
fora, beijou-me delicadamente cada cicatriz. Não me perguntou sobre as
feridas: trouxe-me a cura.
quinta-feira, 13 de junho de 2013
Fabrício Carpinejar
PARA UMA MULHER INDEPENDENTE
Deixe que eu seja gentil. Deixe que puxe a cadeira, espere um pouco, minhas mãos estão chegando ao espaldar, deixe que abra a porta, me dê tempo, minhas mãos estão pousando na maçaneta. Deixe que eu seja gentil, que eu me antecipe a seus incômodos, que procure facilitar suas palavras, que ajude a expressar sua vontade, que concorde com seu silêncio. Deixe que eu seja gentil, meu amor. Minha gentileza não é ditadura. Minha gentileza não é imposição.
Não desejo mandar em você, e sim mostro que não há meu medo de ser dominado.
Deixe que eu dê colo, faça cafuné, massagem nos pés, me mantenha acordado até que durma.
Deixe que eu seja gentil, que tenha a capacidade de adivinhar quando se emocionou ou não, que responda ataques e indelicadezas. Sei que pode se defender sozinha. Não estou lhe chamando de frágil.
Deixe que eu seja gentil, que aceite meu casaco nos ombros no fim da noite, que aceite meu elogio no início do dia.
Deixe que seja gentil, que eu cozinhe seu prato predileto, que arrume a cama, lave a louça e que você não tema a mesura, não pense em conspiração.
Gentileza não é favor. Gentileza não guarda recibo.
Não peço nada em troca, não protesto recompensa.A gentileza é de graça. A gentileza não tem caminho de volta.
Deixe que eu seja gentil, que pague a conta do restaurante, adquira um vestido. Não estou lhe corrompendo, não estou lhe comprando.
Gentileza não é suborno, gentileza não é chantagem.
Não me culpe por ser gentil. Não me entenda errado. Não pretendo controlá-la, logo eu que mal me domino.
Deixe que seja gentil, mimar não é estragar, a grosseria é que destrói.
Deixe que eu seja gentil. Que eu possa tirar seus sapatos, e guardá-los nas gavetas.
Não é machismo, amor, não é machismo cuidar de você. Sei que se vira sozinha desde adolescência, que não precisa de ninguém, nem de meus olhos assustados por um sim.
Mas deixe que eu seja gentil. Que eu possa acompanhá-la até o toalete durante a festa, que possa aguardá-la na saída. Gentileza é se preocupar antes de qualquer problema.
Deixe que eu seja gentil, deixe que seja sua sombra mais frondosa.
Respeitar é jamais esquecer que você está ao meu lado. Sou gentil por saudade antecipada.
Deixe que pego mais coberta, que fecho a janela, que atendo ao interfone e telefone.
Deixe ser sua audição mais apurada: a luz se acende inclusive para os ouvidos.
Não elimine o que recebi de meus pais. A paciência das pequenas urgências.
Deixe que eu seja gentil, não ofereço porque pedia, não irei cobrar.
Gentileza é escolha. Gentileza é destino.
Deixe que eu seja gentil, vou perguntar muitas vezes ao dia como está, não canse de me responder.
Deixe que eu seja gentil, que eu segure seu guarda-chuva, que eu busque um copo de água de madrugada, que eu dobre suas roupas e lembre qual o momento de acordar. Não apague minha educação. Não estou dizendo que você é inútil, só quero ser gentil.
Não estou dizendo que depende de mim, amor, que não valorizo sua liberdade,
Deixe eu ser também você.
Deixe que eu seja gentil. Deixe que puxe a cadeira, espere um pouco, minhas mãos estão chegando ao espaldar, deixe que abra a porta, me dê tempo, minhas mãos estão pousando na maçaneta. Deixe que eu seja gentil, que eu me antecipe a seus incômodos, que procure facilitar suas palavras, que ajude a expressar sua vontade, que concorde com seu silêncio. Deixe que eu seja gentil, meu amor. Minha gentileza não é ditadura. Minha gentileza não é imposição.
Não desejo mandar em você, e sim mostro que não há meu medo de ser dominado.
Deixe que eu dê colo, faça cafuné, massagem nos pés, me mantenha acordado até que durma.
Deixe que eu seja gentil, que tenha a capacidade de adivinhar quando se emocionou ou não, que responda ataques e indelicadezas. Sei que pode se defender sozinha. Não estou lhe chamando de frágil.
Deixe que eu seja gentil, que aceite meu casaco nos ombros no fim da noite, que aceite meu elogio no início do dia.
Deixe que seja gentil, que eu cozinhe seu prato predileto, que arrume a cama, lave a louça e que você não tema a mesura, não pense em conspiração.
Gentileza não é favor. Gentileza não guarda recibo.
Não peço nada em troca, não protesto recompensa.A gentileza é de graça. A gentileza não tem caminho de volta.
Deixe que eu seja gentil, que pague a conta do restaurante, adquira um vestido. Não estou lhe corrompendo, não estou lhe comprando.
Gentileza não é suborno, gentileza não é chantagem.
Não me culpe por ser gentil. Não me entenda errado. Não pretendo controlá-la, logo eu que mal me domino.
Deixe que seja gentil, mimar não é estragar, a grosseria é que destrói.
Deixe que eu seja gentil. Que eu possa tirar seus sapatos, e guardá-los nas gavetas.
Não é machismo, amor, não é machismo cuidar de você. Sei que se vira sozinha desde adolescência, que não precisa de ninguém, nem de meus olhos assustados por um sim.
Mas deixe que eu seja gentil. Que eu possa acompanhá-la até o toalete durante a festa, que possa aguardá-la na saída. Gentileza é se preocupar antes de qualquer problema.
Deixe que eu seja gentil, deixe que seja sua sombra mais frondosa.
Respeitar é jamais esquecer que você está ao meu lado. Sou gentil por saudade antecipada.
Deixe que pego mais coberta, que fecho a janela, que atendo ao interfone e telefone.
Deixe ser sua audição mais apurada: a luz se acende inclusive para os ouvidos.
Não elimine o que recebi de meus pais. A paciência das pequenas urgências.
Deixe que eu seja gentil, não ofereço porque pedia, não irei cobrar.
Gentileza é escolha. Gentileza é destino.
Deixe que eu seja gentil, vou perguntar muitas vezes ao dia como está, não canse de me responder.
Deixe que eu seja gentil, que eu segure seu guarda-chuva, que eu busque um copo de água de madrugada, que eu dobre suas roupas e lembre qual o momento de acordar. Não apague minha educação. Não estou dizendo que você é inútil, só quero ser gentil.
Não estou dizendo que depende de mim, amor, que não valorizo sua liberdade,
Deixe eu ser também você.
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Martha Medeiros
Ninguém
constrói a própria história sem arriscar, errar, se frustar, tentar de
novo, passar por dificuldades, erguer-se, cair, erguer-se outra vez.
terça-feira, 11 de junho de 2013
Lya Luft
Guardei-me para ti
como um segredo
Que eu mesma não desvendei:
Há notas nesta guitarra que não toquei,
Há praias na minha ilha que nem andei.
É preciso que me tomes, além do riso e do olhar,
Naquilo que não conheço e adivinhei;
É preciso que me ensines a canção do que serei
E me cries com teu gesto
Que nem sonhei.
Que eu mesma não desvendei:
Há notas nesta guitarra que não toquei,
Há praias na minha ilha que nem andei.
É preciso que me tomes, além do riso e do olhar,
Naquilo que não conheço e adivinhei;
É preciso que me ensines a canção do que serei
E me cries com teu gesto
Que nem sonhei.
segunda-feira, 10 de junho de 2013
Pedro Bial
Escreva a sua história na areia da praia,
para quem as ondas a levem através dos sete mares,
até torna-se lenda na boca de estrelas cadentes.
Conte sua história ao vento,
cante aos mares para muitos marujos,
cujos olhos são faróis sujos e sem brilho.
Escreva no asfalto com sangue.
Grite bem alto a sua história,
antes que ela seja varrida na manhã seguinte pelos garis.
Abra o peito em direção dos canhões,
suba nos tanques de Pequim,
derrube os muros de Berlim,
destrua as catedrais de Paris.
Defenda a sua palavra!
A vida não vale nada se você não tem uma boa história pra contar.
domingo, 9 de junho de 2013
Fernando Pessoa
Adoramos a perfeição, porque não a
podemos ter; repugna-la-íamos, se a tivéssemos. O perfeito é desumano,
porque o humano é imperfeito.
sábado, 8 de junho de 2013
Arthur Schopenhauer
Quem
não é capaz de estar sozinho muito tempo não é uma pessoa livre.
Sente-se preso em si próprio e precisa dos outros para se libertar. Mas
quando estamos com os outros nunca somos livres. Estamos condicionados
aos ambientes em que os outros estão. Cultivem a vossa individualidade.
sexta-feira, 7 de junho de 2013
Clive Staples Lewis
Ame qualquer coisa e certamente seu coração vai doer e talvez se partir. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto
, você não deve entregá-lo á ninguém , nem mesmo a um animal. Envolva-o
cuidadosamente em seus hobbies e pequenos luxos, evite qualquer
envolvimento, guarde-o na segurança do esquife de seu egoísmo. Mas nesse
esquife – seguro , sem movimento , sem ar - ele vai mudar. Ele não vai se partir
– vai tornar-se indestrutível, impenetrável , irredimível. A
alternativa a uma tragédia ou pelo menos ao risco de uma tragédia é a
condenação. O único lugar além do céu onde se pode estar perfeitamente a
salvo de todos os riscos e pertubações do amor é o inferno.
quinta-feira, 6 de junho de 2013
C. S. Lewis
Mera mudança não é crescimento. Crescimento é a síntese de mudança e continuidade, e onde não há continuidade não há crescimento.
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Martha Medeiros
Sou uma mulher madura
que às vezes anda de balanço.
Sou uma criança insegura
que às vezes usa salto alto.
Sou uma mulher que balança
Sou uma criança que atura.
terça-feira, 4 de junho de 2013
Fernando Pessoa
Jamais
desista de si mesmo.Jamais desista das pessoas que você ama. Jamais
desista de ser feliz, pois a vida é um espectáculo imperdível, ainda que
se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.
segunda-feira, 3 de junho de 2013
Pedro Bial
A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: "Nós somos a soma das nossas decisões".
Essa
frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu.
Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o
destino pouco tem a ver com isso.
Desde pequenos aprendemos que, ao
fazer uma opção,estamos descartando outra, e de opção em opção vamos
tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida".
Não
é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está
abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será
quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa:
namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até
que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da
vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e
deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento
fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento
doméstico e responsabilidades.
As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...
Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.
Quem
dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de
segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se
está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão
importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir
os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em
volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas
intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve
reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.
Mas
que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a
vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o
tempo é curto.Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha
responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas
ações.
Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua...!
domingo, 2 de junho de 2013
Friedrich Nietzsche
O amor
revela as qualidades sublimes e ocultas do que ama, - o que nele há de
raro, de excepcional: nesse aspecto facilmente engana quanto ao que nele
há de habitual.
sábado, 1 de junho de 2013
Lya Luft
Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que
o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha
solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou
bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me doía a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.
Que se estou numa fase ruim o outro
seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou
tendo muita paciência com você!''
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que
mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a
mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e
gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.
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