sábado, 22 de junho de 2013

Martha Medeiros

E se quem luta por um mundo melhor soubesse que toda revolução começa por revolucionar a si mesmo? E se aqueles que vivem intoxicando sua família e seus amigos com reclamações fechassem um pouco a boca e abrissem suas cabeças, reconhecendo que são responsáveis por tudo o que lhes acontece? E se as diferenças fossem aceitas naturalmente e só nos defendêssemos contra quem nos faz mal? E se as religiões fossem fiéis a seus preconceitos, enaltecendo apenas o amor e a paz, sem se envolver com as escolhas particulares de seus devotos? E se a gente percebesse que tudo o que é feito em nome do amor (e isso não inclui o ciúme e a posse) tem 100% de chance de gerar boas reações e resultados positivos? E se as pessoas fossem seguras o suficiente para tolerar opniões contrárias às suas sem precisar agredir e despejar sua raiva? E se fôssemos mais divertidos para nos vestir e mobilar nossa casa, e menos reféns do convencionalismo? E se não tivéssemos tanto medo da solidão e não fizéssemos tanta besteira para evitá-la? E se todos lessem bons livros? E se as pessoas soubessem que quase sempre vale mais a pena gastar dinheiro com coisas que não vão para dentro dos armários, como viagens, filmes, e festa para celebrar a vida? E se valorizássemos o cachorro-quente tanto quanto o caviar? E se mudássemos o foco e concluíssemos que infelicidade não existe, o que existe são apenas momentos infelizes? E se percebêssemos a diferença entre ter uma vida sensacional e uma vida sensacionalista? E se acreditássemos que uma pessoa é sempre mais valiosa que uma instituição: é a instituição que deve servir a ela, e não ao contrário? E se quem não tem bom humor reconhecesse sua falta e fizesse dessa busca a mais importante da sua vida? E se as pessoas não se manifestassem agressivamente contra tudo só para tentar provar que são inteligentes? E se em vez de lutar para não envelhecer, lutássemos para não emburrecer?
E se...